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O ex-presidente Jair Bolsonaro foi submetido, nesta quinta-feira (25), a uma complexa cirurgia de hérnia inguinal bilateral em um hospital particular na capital federal, Brasília. O procedimento, que se estendeu por mais de três horas, transcorreu sem intercorrências, conforme afirmaram os médicos responsáveis. A intervenção cirúrgica foi previamente autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, dado o contexto da detenção do ex-presidente. Além da bem-sucedida correção das hérnias, a equipe médica concentra esforços no tratamento de soluços recorrentes que afetam Bolsonaro há meses, impactando significativamente sua saúde e potencial recuperação pós-operatória. A internação para a cirurgia de Bolsonaro marca um período de observação intensiva e fisioterapia, tudo sob vigilância constante.
Procedimento cirúrgico e recuperação
Detalhes da operação
Jair Bolsonaro foi operado para tratar uma hérnia inguinal bilateral, que consistia em uma hérnia do lado esquerdo do abdômen, ainda em fase inicial, e outra do lado direito, mais desenvolvida. A equipe médica, liderada pelo cirurgião Cláudio Birolini, optou por corrigir ambas simultaneamente para evitar a necessidade de uma segunda cirurgia futura. “O procedimento ocorreu sem nenhuma intercorrência”, declarou Birolini a jornalistas após a conclusão da operação e a transferência do ex-presidente para o quarto de recuperação.
Durante a cirurgia, que foi realizada sob anestesia geral, os médicos implantaram uma tela de polipropileno na parte interna da parede abdominal. Este material serve para reforçar a área operada e prevenir o surgimento de novas hérnias no futuro. A decisão de intervir nas duas hérnias, mesmo a menor estando em estágio inicial, foi estratégica. Segundo o cirurgião, “se não a resolvêssemos agora, daqui a alguns meses ele ia desenvolver um quadro clínico do mesmo jeito que o que desenvolveu do lado direito. Então, já foi feita a correção de ambos os lados”. A técnica empregada visa garantir uma recuperação mais completa e duradoura, minimizando riscos de recidiva e futuras intervenções.
Prognóstico pós-operatório
A previsão inicial da equipe médica é que a recuperação de Bolsonaro leve entre cinco e sete dias. Durante este período, ele permanecerá em observação contínua no hospital, onde será submetido a sessões de fisioterapia e outros procedimentos preventivos. O objetivo principal é evitar complicações pós-operatórias, como problemas vasculares, incluindo o tromboembolismo venoso, que é a formação de coágulos sanguíneos. A equipe está atenta a todos os detalhes do pós-operatório para garantir a segurança e o bem-estar do paciente.
A fisioterapia é um componente crucial para a recuperação, auxiliando na mobilidade e na prevenção de complicações pulmonares. Além disso, a vigilância constante permite que qualquer sinal de alteração seja rapidamente identificado e tratado, contribuindo para uma reabilitação eficaz. A permanência hospitalar é fundamental para monitorar a cicatrização, a dor e a resposta geral do organismo ao procedimento, assegurando que o ex-presidente retome suas atividades de forma segura e gradual.
A complexidade dos soluços recorrentes
Preocupação médica
Um dos pontos centrais do acompanhamento médico de Jair Bolsonaro, além da cirurgia de hérnia, são os soluços recorrentes que o afetam há meses. Essa condição tem sido uma fonte de preocupação considerável para a equipe médica, que a descreve como um fator que “praticamente agride” o organismo do ex-presidente, especialmente em um período de recuperação pós-operatória. O cardiologista Brasil Ramos Caiado enfatizou a seriedade do problema, explicando que os soluços prejudicam a respiração e o sono de Bolsonaro, resultando em cansaço adicional. “Em um pós-operatório, com o organismo precisando se recuperar, ele está sendo praticamente agredido por esse soluço”, comentou Caiado.
A persistência dos soluços compromete a capacidade do corpo de se recuperar plenamente, adicionando estresse fisiológico e impedindo um descanso adequado. Em um cenário onde o organismo já está mobilizando recursos para a cicatrização e reabilitação da cirurgia, os soluços representam um obstáculo significativo para o processo de cura.
Estratégias de tratamento
Diante da gravidade da situação, a equipe médica planeja “potencializar” a medicação nos próximos dias, enquanto Bolsonaro estiver internado. O objetivo é explorar todas as alternativas possíveis para tentar solucionar o problema dos soluços sem a necessidade de submeter o ex-presidente a outro procedimento cirúrgico. “Vamos observar, nestes próximos dias, a necessidade ou não deste procedimento . Provavelmente, faremos isto na segunda-feira , que é um bom tempo para ele poder responder à medicação”, detalhou Caiado.
A estratégia inicial foca em abordagens farmacológicas, buscando uma combinação de medicamentos que possa interromper o ciclo dos soluços persistentes. A internação oferece a oportunidade de monitorar de perto a resposta do paciente aos tratamentos e ajustar as doses ou as substâncias conforme necessário. Caso as medidas conservadoras não apresentem o resultado esperado, a possibilidade de uma intervenção cirúrgica específica para tratar os soluços será reavaliada, embora a prioridade seja resolver a questão por meios menos invasivos, minimizando o impacto em sua recuperação geral.
Internação sob vigilância judicial
Contexto legal
A internação de Jair Bolsonaro para a cirurgia de hérnia ocorre em um contexto de restrição judicial. O ex-presidente está detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília desde 25 de novembro, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Sua detenção está relacionada a acusações de envolvimento na trama que culminou nos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando houve ataques às sedes dos Três Poderes. A autorização para a realização da cirurgia e sua subsequente internação hospitalar também partiu de Moraes.
Bolsonaro foi conduzido ao hospital por agentes da PF na manhã anterior à cirurgia, acompanhado pela ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A condição de detido impõe um rigoroso protocolo de segurança e vigilância durante todo o período de sua permanência na unidade de saúde.
Medidas de segurança
Por determinação judicial, Jair Bolsonaro deverá ser vigiado 24 horas por dia enquanto estiver internado. Essa vigilância ostensiva inclui a manutenção de dois agentes da Polícia Federal na porta do quarto do ex-presidente, além da presença de outras equipes de segurança distribuídas dentro e fora do hospital. O objetivo é assegurar o cumprimento das determinações judiciais e a segurança do paciente e da equipe médica, considerando o perfil e a situação legal do ex-presidente.
As medidas de segurança são abrangentes e visam prevenir qualquer tipo de intercorrência, garantindo que a internação transcorra sem incidentes. A vigilância constante reflete a natureza sensível da situação de Bolsonaro, que, embora hospitalizado para tratamento de saúde, permanece sob custódia judicial.
Perguntas frequentes (FAQ)
Qual o motivo da cirurgia de Jair Bolsonaro?
O ex-presidente foi submetido a uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral, ou seja, duas hérnias localizadas em ambos os lados da região da virilha.
Como foi o procedimento cirúrgico?
A cirurgia durou mais de três horas, foi realizada sob anestesia geral e transcorreu sem intercorrências. A equipe médica implantou uma tela de polipropileno para reforçar a parede abdominal e prevenir novas hérnias.
Qual a previsão de recuperação para Bolsonaro?
A equipe médica estima que a recuperação completa levará entre cinco e sete dias, período durante o qual ele permanecerá internado para observação, fisioterapia e prevenção de complicações como problemas vasculares.
Por que os soluços de Bolsonaro são uma preocupação?
Os soluços recorrentes afetam a respiração e o sono do ex-presidente, gerando cansaço adicional e prejudicando sua recuperação pós-operatória. A equipe médica está buscando formas de solucionar o problema sem a necessidade de outra cirurgia.
Bolsonaro está sob alguma condição especial na internação?
Sim. Por determinação judicial, ele está sob vigilância 24 horas por dia, com agentes da Polícia Federal na porta do quarto e outras equipes de segurança dentro e fora do hospital, devido à sua condição de detido.
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