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Santos Dumont terá capacidade de passageiros ampliada a partir de 2026

ANUNCIO COTIA/LATERAL

O Aeroporto Santos Dumont, um dos principais terminais aéreos do Rio de Janeiro, prepara-se para uma significativa alteração em sua capacidade de atendimento. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou que o número de passageiros do Santos Dumont será ampliado a partir de 2026, com a adição de 1 a 1,5 milhão de passageiros anuais. Essa medida elevará o limite total para até 8 milhões de usuários por ano. A decisão, no entanto, surge em meio a um cenário de divergências, especialmente com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que criticou publicamente a possibilidade de tal ampliação. A discussão envolve o delicado equilíbrio entre o Santos Dumont e o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, e os impactos na economia fluminense.

A nova política para o Santos Dumont

O anúncio e seus detalhes
O ministro Silvio Costa Filho, à frente da pasta de Portos e Aeroportos, confirmou nesta semana a intenção de aumentar o teto de passageiros operando no Aeroporto Santos Dumont (SDU), no centro do Rio de Janeiro. Segundo o anúncio, que se concretizará a partir de 2026, a capacidade anual do terminal será expandida em um contingente adicional que varia entre 1 milhão e 1,5 milhão de passageiros. Atualmente, o Santos Dumont opera sob um limite de 6,5 milhões de passageiros por ano, uma restrição estabelecida em 2023. Com a nova política, o aeroporto poderá, ao final de 2026, atender a um fluxo de até 8 milhões de passageiros anuais. O ministro enfatizou que essa ampliação não deverá impactar negativamente as operações do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão (GIG), que é o outro grande terminal da capital fluminense. A medida sinaliza uma nova fase na gestão da infraestrutura aeroportuária do Rio, buscando otimizar o uso de ambos os terminais frente às demandas crescentes.

Justificativa ministerial
Ao defender a decisão de ampliar a capacidade do Santos Dumont, o ministro Silvio Costa Filho apresentou argumentos pautados no crescimento econômico e no potencial turístico do Rio de Janeiro. Segundo ele, o cenário atual, marcado pela expansão da economia brasileira e pelo aumento do turismo internacional na cidade, justifica a necessidade de ambos os aeroportos operarem com maior capacidade. “Com o crescimento da economia brasileira e com o crescimento do turismo internacional do Rio de Janeiro, com novas companhias aéreas voando para o Rio, nós teremos claramente a manutenção do crescimento do Galeão e precisamos crescer também no Santos Dumont, porque é muito importante para a economia da cidade”, declarou o ministro. A visão do Ministério é que o desenvolvimento de um terminal não deve ocorrer em detrimento do outro, mas sim que ambos podem e devem coexistir e prosperar, complementando-se para atender à crescente demanda e impulsionar a economia local e regional. Essa abordagem busca harmonizar as operações, garantindo que a cidade tenha uma infraestrutura aérea robusta e capaz de suportar seu papel como um dos principais destinos turísticos e centros de negócios do país.

Repercussões e o histórico da limitação

A crítica do prefeito Eduardo Paes
A proposta de ampliação da capacidade do Santos Dumont não foi recebida sem controvérsia. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, manifestou publicamente sua oposição à medida, criticando veementemente o que classificou como “rumores” sobre a alteração da política aeroportuária. Paes chegou a declarar que “forças ocultas estão se movimentando na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para alterar a política bem-sucedida” que havia sido implementada anteriormente. Para o prefeito, a restrição imposta ao Santos Dumont em 2023 teve um impacto positivo direto na economia fluminense, além de ter sido crucial para revitalizar o movimento no Aeroporto do Galeão, que vinha enfrentando dificuldades. A crítica de Paes ressalta a complexidade e a sensibilidade das decisões relacionadas à infraestrutura aeroportuária, que envolvem interesses econômicos, políticos e sociais de grande escala. A divergência entre o governo federal e a prefeitura local sublinha a tensão inerente à gestão de ativos estratégicos como os aeroportos de uma metrópole.

O impacto da política anterior
A política de reequilíbrio entre os aeroportos do Rio, estabelecida em 2023, visava priorizar o crescimento do Galeão através da limitação de voos e passageiros no Santos Dumont. Essa restrição, que fixou o teto do Santos Dumont em 6,5 milhões de passageiros anuais, teve efeitos notáveis, conforme dados da Infraero e da concessionária RioGaleão. Antes da imposição do teto, o Santos Dumont movimentava aproximadamente 10,9 milhões de passageiros por ano. Após a limitação, esse número caiu quase pela metade, para 5,7 milhões de passageiros. Em contrapartida, o Galeão, no mesmo período, experimentou um crescimento significativo. O movimento de passageiros no aeroporto internacional mais que dobrou, saltando de 6,8 milhões para 16,1 milhões. O balanço geral indicou que o número total de passageiros nos aeroportos do Rio de Janeiro, somando SDU e GIG, registrou um aumento de 23%, passando de 17,7 milhões em 2023 para 21,8 milhões em 2025. Esses números são frequentemente utilizados por defensores da política anterior para argumentar sobre a eficácia da estratégia em impulsionar o Galeão e o setor de aviação como um todo na região.

O posicionamento da Anac e o processo de negociação
Após as declarações e acusações do prefeito Eduardo Paes, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) emitiu uma nota oficial repudiando as críticas. A agência reafirmou seu compromisso com a transparência e a legalidade em suas ações, destacando que sua atuação é pautada pelas diretrizes do Ministério de Portos e Aeroportos, do Tribunal de Contas da União (TCU) e do governo federal.

O ministro Silvio Costa Filho corroborou o posicionamento da Anac, esclarecendo que a decisão de aumentar o teto de passageiros no Santos Dumont não foi unilateral. Segundo ele, a medida é fruto de um extenso processo de negociação, iniciado em junho do ano anterior, que envolveu múltiplos atores e instituições. “Esse acordo que foi feito não foi um movimento da Anac ou do ministério. Foi feito com o Tribunal de Contas da União, sob a liderança do relator Benjamin Zymler, onde teve a oportunidade de construir um entendimento entre a concessionária do Galeão, a Anac, os técnicos do Tribunal de Contas, o Ministério de Portos e Aeroportos e, desde o primeiro momento, a prefeitura e o Governo do Estado acompanharam o entendimento”, detalhou o ministro. Essa declaração busca demonstrar que a decisão foi amplamente discutida e alinhada com diversas esferas de poder e expertise no setor, visando um consenso sobre a melhor forma de gerir a infraestrutura aeroportuária do Rio de Janeiro. A complexidade do processo sublinha a busca por soluções que conciliem os interesses de diferentes stakeholders em um setor de vital importância para o desenvolvimento do estado e do país.

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Perspectivas futuras e o debate contínuo
A ampliação da capacidade do Santos Dumont a partir de 2026 representa um ponto de virada na gestão aeroportuária do Rio de Janeiro. A medida, impulsionada pelo Ministério de Portos e Aeroportos, visa capitalizar o crescimento econômico e o aumento do turismo, permitindo que ambos os principais terminais da cidade, Santos Dumont e Galeão, operem em sua máxima eficiência. Contudo, o anúncio reabriu o debate sobre o equilíbrio ideal entre os dois aeroportos, evidenciando as tensões entre o governo federal e a prefeitura local. Enquanto o ministro Silvio Costa Filho defende a necessidade de expandir a infraestrutura em ambos os terminais para atender à demanda crescente e impulsionar a economia, o prefeito Eduardo Paes expressa preocupações sobre o possível impacto no Galeão e a reversão de uma política que, segundo ele, já havia demonstrado resultados positivos. A participação de órgãos como o Tribunal de Contas da União nas negociações sublinha a complexidade e a importância estratégica dessas decisões para o desenvolvimento da região. As próximas etapas envolverão o monitoramento cuidadoso dos efeitos dessa nova política na movimentação de passageiros, na economia local e na dinâmica competitiva entre os aeroportos, moldando o futuro da aviação carioca nos próximos anos.

Perguntas frequentes (FAQ)

Quando o Santos Dumont terá sua capacidade ampliada?
A ampliação da capacidade de passageiros do Aeroporto Santos Dumont está prevista para ocorrer a partir de 2026.

Quantos passageiros adicionais o Santos Dumont poderá receber?
A partir de 2026, o aeroporto poderá receber um adicional de 1 milhão a 1,5 milhão de passageiros anuais, elevando seu limite total para até 8 milhões de passageiros por ano.

Por que a decisão de ampliar a capacidade do Santos Dumont gerou controvérsia?
A decisão gerou controvérsia principalmente devido à oposição do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que defende a política anterior de limitação do Santos Dumont para impulsionar o Aeroporto do Galeão. Ele argumenta que a restrição teve impactos positivos na economia fluminense e no movimento do Galeão. O Ministério, por sua vez, afirma que a ampliação é necessária devido ao crescimento econômico e turístico, e que não afetará o Galeão.

Mantenha-se informado sobre os desdobramentos dessa importante decisão e suas implicações para a mobilidade e o desenvolvimento do Rio de Janeiro. Compartilhe sua opinião nos comentários.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br

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