O Museu Histórico Nacional, localizado no Rio de Janeiro, inaugurou uma exposição impactante que aborda a história da escravidão e seus efeitos persistentes na sociedade contemporânea, como o racismo e a violência direcionada à população negra. Intitulada “Para Além da Escravidão: Construindo a Liberdade Negra no Mundo”, a mostra estabelece uma conexão entre museus de seis diferentes países e marca a reabertura parcial da instituição, que passou por um período de reformas.
A exposição, que teve sua estreia em Washington, D.C., no Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, apresenta ao público um acervo diversificado composto por cerca de 100 objetos, 250 imagens e 10 filmes. Entre os itens em exibição, destacam-se uma balança que possivelmente era utilizada para pesar e determinar o valor de pessoas escravizadas, instrumentos musicais e fotografias que documentam manifestações de grupos sociais engajados na luta contra as sequelas da escravidão.
Após sua temporada no Rio de Janeiro, o acervo seguirá para a África do Sul, Senegal e Inglaterra, ampliando o alcance da discussão sobre este tema fundamental.
De acordo com Keila Grinberg, coordenadora da exposição no Rio, a mostra busca demonstrar como a escravidão e o colonialismo interligam as histórias de países da Europa, África e Américas, cujas consequências ainda são sentidas na atualidade. A exposição visa ainda inspirar o público a refletir sobre o que pode ser feito para combater os efeitos persistentes da escravidão.
A exposição já alcançou grande sucesso de público nos Estados Unidos, e a expectativa é de que o mesmo ocorra no Brasil. O museu está preparado para receber estudantes e oferece visitas guiadas, que podem ser agendadas previamente.
Cláudio Honorato, coordenador do Instituto Pretos Novos, enfatiza a relevância da exposição ao abordar os impactos da escravidão no presente. Ele argumenta que o racismo contemporâneo tem suas raízes na escravidão, e que a exposição busca explorar os desdobramentos desse sistema na sociedade atual, marcada por desigualdades.
Fernanda Castro, presidenta do Instituto Brasileiro de Museus, reitera o compromisso dos museus em promover a discussão de questões sociais relevantes, como a construção da história sob uma perspectiva nacional e internacional. Ela destaca o papel dos museus como espaços de construção da democracia, combate ao racismo e conscientização da sociedade.
Cícero de Almeida, diretor do Museu Histórico Nacional, informou que o museu já está planejando novas exposições com museus de outros países para o próximo ano. A previsão é que as obras de renovação do circuito de longa duração sejam concluídas até o final do próximo ano, permitindo a reabertura total do museu.
A exposição “Para Além da Escravidão” conta com atividades paralelas, incluindo um seminário internacional a ser realizado no Arquivo Nacional. A entrada para a mostra é gratuita, e ela permanecerá em cartaz até o dia 1º de março do próximo ano.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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