© José Cruz/Agência Brasil

Relação professor-aluno impulsiona propósito de vida em estudantes

Um estudo inédito revelou que a relação entre professores e alunos exerce uma influência significativa no desenvolvimento de um propósito de vida para os estudantes. A pesquisa, conduzida pelo Instituto Ânima em colaboração com o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação e Economia Social da Universidade de São Paulo (Lepes/USP), analisou cerca de 500 mil respostas de profissionais da educação e estudantes das redes públicas de ensino de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pará e São Paulo. A coleta de dados foi realizada em três etapas, ao longo de dois anos.

Os resultados apontam que estudantes que mantêm um relacionamento de confiança com seus professores apresentam melhores indicadores de propósito de vida. A pesquisa também destaca a importância do apoio familiar nesse processo.

Intitulado “Avaliação Diagnóstica: Pesquisa com Professores e Estudantes sobre Projeto de Vida, Saúde Mental, Clima Escolar e Competências Socioemocionais”, o estudo revelou que jovens que se sentem à vontade para conversar sobre seus sentimentos com os professores apresentam uma média de propósito de vida 16% maior do que aqueles que não contam com essa relação. O impacto do apoio familiar é ainda maior, com um aumento de 20% na média de propósito de vida para estudantes que se sentem à vontade para compartilhar seus sentimentos com a família.

A pesquisa abrangeu principalmente alunos do ensino médio, além de estudantes do oitavo e nono anos do ensino fundamental. Ao correlacionar saúde mental e propósito de vida, o estudo constatou que, entre dois jovens com o mesmo indicador de saúde mental, aquele que se sente à vontade para contar com o professor apresenta um propósito de vida até 30% maior.

O levantamento identificou fatores de risco à saúde mental dos estudantes dentro e fora do ambiente escolar, que podem afetar o desenvolvimento de seus propósitos de vida. Entre esses fatores, destacam-se a pressão dos estudos (29%), o bullying (26%), a pressão por padrões de beleza (24%), a angústia com a situação financeira da família (21%), a solidão (16%) e a influência das redes sociais (13%).

As competências socioemocionais, como a convivência respeitosa, a tomada de decisões conscientes e o gerenciamento das próprias emoções, lideram os fatores que contribuem para o desenvolvimento do propósito de vida dos estudantes, representando 54,9% da influência. A qualidade da relação com o professor contribui com 14,7%, seguida pela saúde mental (14,5%), o apoio da família (11%) e as características individuais (4,7%).

Os educadores também foram avaliados, com foco em sua atuação docente e propósito de trabalho. A pesquisa analisou a rede de apoio dos professores, seu propósito no trabalho, autoeficácia, saúde mental e capacidade para realizar práticas pedagógicas. Os elementos que mais influenciam o propósito do professor no trabalho e seu engajamento são a saúde mental e a autoeficácia.

A pesquisa está alinhada com o projeto Papo de Cabeça, uma parceria entre o Instituto Ânima e a Fundação Z Zurich, que visa promover o desenvolvimento de competências socioemocionais e apoiar o desenvolvimento de projetos de vida. A iniciativa oferece cursos de pós-graduação e extensão sobre educação socioemocional para professores. O Instituto Ânima também está distribuindo gratuitamente o jogo Conexões que Cuidam para secretarias parceiras e famílias, buscando estimular o autoconhecimento e a autorregulação de alunos.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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